terça-feira, 2 de junho de 2015

77 dias de erupção + 100 milhões de toneladas de lava = 45 milhões de euros de prejuízo

Após dois meses e meio, a última erupção do vulcão da ilha do Fogo foi dada por terminada no início de Fevereiro. Geólogo português relata esta quinta-feira, numa palestra no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, a campanha que fez a esta erupção.

Começou a 23 de Novembro de 2014 e terminou a 7 de Fevereiro de 2015: o vulcão da ilha do Fogo, em Cabo Verde, expeliu lava durante 77 dias na última erupção. Nos cálculos do geólogo José Madeira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Instituto Dom Luiz, os derrames atingiram entre 100 e 125 milhões de toneladas de lava. Destruíram duas povoações, terras agrícolas, várias infra-estruturas, obrigaram ao desalojamento de cerca de mil pessoas e deixaram um prejuízo que o Governo cabo-verdiano estima em 45 milhões de euros.

Em Dezembro, José Madeira partiu para uma expedição ao vulcão do Fogo, como aliás já tinha feito na erupção anterior, em 1995. É esta experiência em primeira mão que relata esta quinta-feira na palestra Missão Ilha do Fogo – A erupção de Novembro de 2014, no ciclo de Conferências Ciência Viva, às 19h30, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Organizadas pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, estas palestras de cientistas portugueses e estrangeiros, na última quinta-feira de cada mês, destinam-se a toda a gente e basta fazer a inscrição no site da Ciência Viva para ir lá assistir.

“De acordo com as observações dos colegas da Universidade de Cabo Verde, que acompanharam a erupção no terreno até ao seu final, as últimas emissões de lava ocorreram a 7 de Fevereiro, sob a forma de actividade explosiva já muito fraca”, informa José Madeira. “A actividade sísmica ainda se fez sentir até 20 de Fevereiro, mas sem qualquer emissão de produtos lávicos no intervalo entre 7 e 20 de Fevereiro. Portanto, a data de 7 de Fevereiro pode ser considerada como o final da erupção”, acrescenta. “As manifestações actuais encontram-se reduzidas a actividade fumarólica pouco intensa. Este é o processo normal após o final da actividade eruptiva.”

Em média, as erupções do vulcão do Fogo prolongam-se por dois meses, atendendo aos registos históricos. A erupção de 1995 também não fugiu a essa estatística, com uma duração de um mês e 24 dias. Desde meados do século XV, quando Cabo Verde foi descoberto e povoado, há registo de mais de duas dezenas de erupções. Algumas são referências lacónicas em livros de bordo de navios, por isso são muito mal conhecidas. A partir do século XVIII, os registos são mais completos, culminado com as erupções bem documentadas de 1951 – pelo geógrafo português Orlando Ribeiro – e de 1995.

“Os relatos escritos sugerem a ocorrência de 27 erupções em 515 anos, o que permite calcular um intervalo de recorrência de cerca de 20 anos. Isto faz do vulcão do Fogo um dos vulcões oceânicos mais activos do mundo”, assinala José Madeira.



Cratera principal do vulcão na noite de 28 de Novembro fotografada a 800 metros de distância.



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Energia geotérmica

     A energia geotérmica é um tipo de energia que funciona graças à capacidade natural da Terra e/ou da sua água subterrânea em reter calor, e consiste em transferir esse calor, num sistema composto de canos subterrâneos e de uma "bomba de sucção de calor", para aquecer ou arrefecer um edifício.



     Uma bomba de sucção de calor é a componente do sistema que necessita de energia eléctrica para poder funcionar. O seu papel consiste em extrair energia térmica da Terra para um edifício durante o inverno e o contrário acontece durante o verão onde transfere o calor do edifico até uma zona mais fria da Terra, assim mantendo-o fresco.
Para isto ser realizável, a energia térmica tem de viajar através de um meio líquido (água subterrânea) contendo uma solução que previne a gelificação da água nos locais onde ela atinge temperaturas baixas.



Reflexão: O uso da energia geotérmica tem várias vantagens como libertarem menos gases para a atmosfera do que outras energias não renováveis, permite poupar energia, etc. No entanto tem, também várias desvantagens como ter um custo inicial elevado, a perfuração dos solos para a introdução dos canos pode ser dispendiosa, etc. É um tipo de energia usado já em várias partes do planeta e, em Portugal, é usado principalmente no arquipélago dos Açores.