sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Erupção vulcânica da ilha do Fogo volta a ganhar força e ameaça povoação


A erupção vulcânica que assola desde domingo a ilha cabo-verdiana do Fogo voltou a ganhar força na terça-feira à noite, com a lava a aumentar novamente a velocidade e a atingir Portela, a maior povoação de Chã das Caldeiras. Em declarações à agência Lusa na cidade de São Filipe, Hélio Semedo, geólogo do Instituto Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (INPCB) de Cabo Verde, indicou que, cerca das 22h locais (23h em Lisboa) de terça-feira, o vulcão aumentou de intensidade, passando de seis para sete as “bocas bastante activas” da erupção.
       “A lava está a avançar a uma média de três metros por hora mas, se ultrapassar a elevação de terreno de dois metros, que de certa maneira protege a povoação de Portela [entretanto evacuada], poderá chegar aos 20 metros por hora”, referiu o geólogo cabo-verdiano.

Vulcão do Fogo, Ilha de Cabo Verde

Depois de uma manhã em que o vulcão acalmou e a população voltou às suas casas para tirar os seus pertences, a meio da tarde de terça-feira toda a esperança de que a calma teria vindo para ficar, morreu. Hélio Semedo não escondia que a situação que se vive no terreno na terça-feira à noite era “bastante preocupante”, uma vez que a lava estava a 30 metros da primeira casa da povoação.
        Essa acalmia a meio da manhã tinha permitido à polícia e aos voluntários no terreno apoiar a retirada de mais bens de habitantes de Portela, que os levaram para as zonas mais altas das paredes da grande cratera que circunda Chã das Caldeiras. Porcos, vacas, colchões, fogões, frigoríficos, portas, janelas, quase tudo era carregado aos ombros ou nas poucas viaturas de caixa aberta que acabaram por ficar na Portela e que já não têm possibilidade de sair, uma vez que as estradas de acesso ao local estão encerradas.
        Sem haver qualquer registo de vítimas, a lava já destruiu totalmente quatro residências perto de Portela e parcialmente a sede administrativa do Parque Natural do Fogo (inaugurada há pouco tempo), além da estrada principal.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

A ameaça do degelo


O que é um glaciar?
         Os glaciares são basicamente rios de gelo que se alargam ou se contraem dependendo das condições ambientais, como a queda de neve ou a temperatura. Os glaciares formam-se depois de a neve ficar compacta e se transformar em gelo. À medida que a neve e se torna cada vez mais compacta, forma-se uma enorme massa de gelo em movimento.

       Os glaciares dependem de temperaturas baixas e podem ser vistos, não exclusivamente, perto das zonas polares da Antártida e no Ártico. Também podemos encontrar glaciares longe dos polos em zonas montanhosas como os Alpes ou as Montanhas Rochosas onde a altitude é suficiente para a formação de glaciares.  

Porque é que os glaciares se estão a derreter?
        Só há uma razão para os glaciares estarem a derreter - o clima no mundo está a ficar mais quente. Mas o que está por trás deste aquecimento e das mudanças climatéricas continua uma incógnita. Enquanto alguns cientistas dizem que fatores causados pelo homem, como a poluição do ar e o recurso a combustíveis fósseis, não tiveram qualquer influência no aquecimento global, a quota-parte de responsabilidade humana está a ser tema de um debate aceso. Por exemplo, entre o século XVI e o século XIX a temperatura na Terra era significativamente mais baixa do que era na Idade Média ou nos nossos dias.

        A combinação da combustão de grandes quantidades de combustíveis fósseis, como o carvão, gasóleo e gasolina, bem como a desflorestação em massa - o abate de vastas zonas de floresta - significa que há mais quantidade de CO2 no ambiente e mais calor na atmosfera, o que causa temperaturas mais altas.



                                                                                                      www.dn.pt          

A que velocidade se estão a derreter os glaciares?
       Não há dúvida que os glaciares se estão a derreter a uma velocidade incrível. Imagens divulgadas pelo Serviço Mundial de Monitorização de Glaciares da Universidade de Zurique, na Suíça, mostram que desde 2007 o gelo dos glaciares tem vindo a perder espessura - 0.67 metros de "equivalente água" e em alguns glaciares dos Alpes essa perda foi de 2.5. O metro de "equivalente água" é o método utilizado pelos glaciólogos como unidade estandardizada para medirem a alteração na densidade do gelo: um metro de espessura do gelo equivale a 0.9 metros de "equivalente água".  

       Na Gronelândia, investigadores notaram que a quantidade de gelo que estava a derreter no Verão de 2008 era três vezes mais do que a registada em 2007. Investigadores da Universidade Estadual de Ohio estimaram que a quantidade de gelo que se perdeu dos glaciares da Gronelândia em 2008 seria  a equivalente a duas vezes a área de Manhattan.  

      Um estudo de 2002 revelou que os glaciares do Alasca estão a perder cerca de 108 metros de gelo por ano, duas vezes mais do que os valores registados em 1950. Alguns glaciólogos acreditam que os glaciares estão a perder 92 quilómetros cúbicos de gelo por ano - equivalente à quantidade de água que se consome nos Estados Unidos em quatro meses. Algumas imagens sugerem que caso o gelo de todos os glaciares do mundo se derretessem, os níveis da água dos oceanos iriam subir cerca de 70 metros à escala mundial - o que iria provocar a inundação de vastas áreas de terra e uma transformação drástica na geografia do planeta.

      Mas enquanto os glaciares se estão a derreter e os níveis das águas do mar sobem inevitavelmente, há também boas notícias. Estudos recentes mostram que os níveis da água dos oceanos podem não subir tanto como se tinha previsto. Enquanto as projeções apontam para uma subida de cerca de seis metros em 2100, um estudo de 2008, desenvolvido na Universidade do Colorado, em Boulder, defende que é pouco provável que esses valores se registem na data apontada. Mesmo assim, caso estes valores se registem, os efeitos seriam sentidos por todo o planeta e cerca de 70% da população seria afetada.
                                                          urbanafmradio.blogspot.com


Reflexão: Através deste artigo, ficamos a perceber que a população contribui de maneira negativa no estado do planeta, como é o caso do degelo, e percebemos também que teremos de começar a melhorar a nossa maneira, pois desta forma não contribuímos de maneira saudável para o estado do planeta.